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Desde 2018, Sonia Távora tem observado as transformações pelas quais a capital portuguesa tem passado. Os edifícios que acolhiam famílias por gerações tornando-se alojamento local, lojas centenárias dando lugar a comércio genérico, bairros inteiros virando cenários “instagramáveis”. Uma cidade à venda. No projeto Entre esquinas – a fragilidade dos rastros, a artista representa a cidade fragmentada em painéis de papelão, elemento que embrulha as mercadorias, evidenciando o estado de cidade-mercadoria. Ela ressignifica a técnica da xilogravura, usada em Portugal desde a Idade Média e levada ao Brasil pelos colonizadores, ao substituir a madeira pelo papelão. As monotipias em papel arroz são registros frágeis, oníricos, como rememorações.

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